Quando me dei conta já tinha dito: "não estou feliz". Reconhecer e me ouvir dizendo isso não foi fácil. E quando fazia a bobagem de me ouvir pela cabeça de outras pessoas, além de infeliz eu me sentia culpada: "Como assim não está feliz mesmo depois de receber a bênção de ter a filha em casa?". Mas a despeito das razões que eu teria para estar feliz, não era assim que eu me sentia.
Depois de enxugar as lágrimas e quase brigar com meu esposo tentando provar pra ele como a vida estava ruim, eu respirei e comecei a organizar os pensamentos. Uma coisa eu sabia, minha vida tinha sentido, o que eu não tinha era gosto. Vida com sentido, mas sem gosto, não era bem o que eu queria.
Não demorou pra perceber que minha felicidade tinha nome, Cansaço, e sobrenome, Falta de auto cuidado. Eu até vinha me esforçando para mantê-lo mas o medo de ser egoísta e a ideia de entregar a vida pelo outro me parecia mais atraente, mais santa, mais nobre e mais correta. Continuo achando.
Continuo acreditando que amar é se entregar, mas percebi que pra ser feliz o cuidado com o outro e o cuidado comigo mesma não precisavam competir.
Certa vez li que Amor significa TEMPO, portanto eu tinha que ter tempo para quem amo, incluindo a mim mesma.
A Felicidade passou a ser um objeto de estudo. Aprendi, por exemplo, que felicidade não é para pessoas passivas porque felicidade não se acha, não se ganha, não se recebe. Felicidade se constrói, e se constrói em boa parte com atitudes positivas. Veja bem, não é PENSAR positivo, é AGIR positivo, e toda ação exige esforço, portanto, ser feliz dá trabalho.
Felicidade não é conforto, não é prazer, não é um presente que o universo nos dá quando acreditamos que iremos receber. Não! Felicidade é, como diz Tal Ben Shahar, é a combinação de 5 elementos, bem estar físico, intelectual, emocional, relacional e espiritual. O elemento espiritual inclui o senso de propósito e sentido de realização que eu tenho, mas esse, embora muito importante, não é o único elemento.
Eu me percebi fisicamente negligenciada, intelectual e profissionalmente subaproveitada por mim mesma e com relações muito restritas na maior parte do tempo. E se tem uma coisa que gosto e que, segundo os estudos traz felicidade, é conviver com amigos. Quando olhei para a felicidade como uma equação de matemática que precisava ser resolvida percebi que algumas coisas precisavam ser subtraídas, outras somadas, outras coisas, como o tempo, melhor divididas e outras multiplicadas como as experiências e atitudes positivas ao longo do dia.
Danielle Santiago
Professora; Fisioterapeuta neurofuncional; Mestre em ensino na saúde
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