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Os dias depois da partida de Dom Adélio Tomasin

“Havia uma confiança mútua onde tudo partilhávamos e confidenciávamos. Ele participou de tudo na minha vida.”

18/01/2025 às 12h42 Atualizada em 23/01/2025 às 07h25
Por: Redação Fonte: José Nilson Ferreira Gomes
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Foto: Acervo Pessoal José Nilson
Foto: Acervo Pessoal José Nilson

Meus queridos e queridas, família, amigos e parceiros,
Peço desculpas pela falta de resposta, de contato e pelo sumiço, absolutamente distante de tudo e de todos.

Após a Páscoa  de Dom Adelio, senti necessidade de um tempo sabático,para refletir minha vida, com foco na história que Deus me deu a oportunidade de conviver com Dom Adelio, por 34 anos.

Neste longo tempo, nossas vidas, misteriosamente, mas por providência e vontade divina, ficaram entrelaçadas na fraternidade e num especial amor de paternidade e filiação.

Já doente, Dom Adelio, certamente refletindo seu momento de vida, chamou-me e fez-me uma estranha pergunta: Zé, quantos anos estamos juntos? Depois continuou: E nunca brigamos!
Abracei ele e disse-lhe: Por vontade e permissão de Deus, já que somos ambos difíceis. Ele sorriu e falou: Esse nosso Deus…

Havia uma confiança mútua onde tudo partilhávamos e confidenciávamos. Ele participou de tudo na minha vida.

Era rotina, quase diária, de nos encontrarmos para falar de trabalho, de religião (meu mestre e diretor espiritual sobre fé, igreja e família) de política e muitas amenidades. Fazíamos retrospectivas e muitos planos. Confiava em mim mais que eu mesmo e, em tudo, recorria a sua sabedoria, palavra de apoio e incentivo. Em tudo mesmo, nas coisas mais simples e nas mais complexas. Era e vai continuar sendo, na orações e memória, meu Porto Seguro.

No dia seguinte da sua partida, em meio da dor que sua ausência, veio um sentimento instigante, confuso e profundamente desnorteador: O que farei agora? Onde irei hoje? Cadê o meu amigo/pai?
Na minha angústia e desespero, sustentava-me nas suas últimas palavras: Coragem… olhar em Cristo… reze!

Sentia-me desanimado e confuso. Homem de pouca fé… certamente ele me diria ou estaria me dizendo lá no céu.

Dom Adelio passou quase três anos peregrinando em médicos, exames e hospitais. Sofreu muito, mas sempre resignado e continuamente preocupado com os outros. Rezava sem cessar pela salvação das almas, dos homens e mulheres.

Fiquei ao seu lado neste momento especial de sua vida. Agradeço muito a Deus pela oportunidade deste tempo da minha vida, dolorido, mas profundamente enriquecido pela experiência de conviver com um santo e poder compartilhar da sua santidade até o final de sua vida. Obrigado meu Deus!

Retorno do meu período sabático com o coração cheio de gratidão e com profunda alegria pelo grande PRIVILÉGIO deste anos com Dom Adelio, mas também com a responsabilidade de seguir com os planos e projetos que juntos sonhávamos. 
Certamente não tenho a envergadura dele e nem a pretenção de ter, mas sigo com a convicção de que seguirei em frente com toda a disposição, força, coragem, olhar em Cristo e muita oração.
Valeu meu bom amigo que Deus chamou, não sentirei mais saudade pois continuará bem vivo no meu coração, mente e ações.

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